sessões


Homenagem – Irmãos Carvalho (64’31’’)

DE 5 A 11 DE MAIO

por Bruno Pires e Hannah Maia

Marcos e Eduardo Carvalho são irmãos gêmeos, moradores do Morro do Salgueiro, formados pelo curso de Cinema da PUC-Rio. Com o intuito de colaborar no meio social urbano, eles fazem cinema usando uma linguagem própria, determinados em trabalhar com histórias reais, inspiradas nas vidas de pessoas que não são representadas pela mídia tradicional. Em sua trajetória pela universidade, os irmãos exploraram um novo olhar, procurando novas formas de representação.

A vontade de brincar com narrativas e criar histórias atravessa todos os três filmes dos irmãos Carvalho. Ainda que recente, a carreira dos cineastas parte da ingenuidade por trás das câmeras para operar ficções potentes, do fantástico ao particular. Uma noção de cinema que, apesar de lúdica, leva a sério questões como memória, ausência e família. Boa Noite Charles, o primeiro filme da dupla, começa com dois irmãos brincando e termina o rompimento da normalidade do método, constatando seu comprometimento com o cinema.


Habit(ação) (34’58”)

DE 12 A 18 DE MAIO

por Beatriz Orfaliais, Matheus Lisbôa e Yasmin Lisboa

Muros, brechas, paredes e fronteiras; conexões e reconstruções. Fruto de processos históricos, os espaços são recriados e transmutados em territórios. Reconhecemos novas identidades em novos lugares. Nestes ambientes imperam disputas e relações de poder, mas também profundas sensações de identificação e pertencimento. O mesmo espaço que enclausura também pode nos parecer imensamente libertador.

Nos filmes que compõem a sessão “Habit(ação)”, as noções de território são debatidas a partir de perspectivas históricas, sociais, étnicas e filosóficas. Da dimensão política à individual, os curtas estudam o movimento de transformação de pessoas e espaços – indivíduos que moldam lugares e que por eles são moldados.


Janela do Olhar (67’43’’)

DE 19 A 25 DE MAIO

por João Lucas Garcia Hirsch

Como seres simbólicos, vemos o mundo através de perspectivas e olhares distintos. O olhar já deixou de ser um simples gesto e é um motor crucial em nossa sociedade. No cinema isso não é diferente; temos o famoso ‘padrão Hollywoodiano’ da Jornada do Herói, a comédia besteirol, entre outros moldes. Neste programa, sugerimos filmes que procuram usar um olhar mais experimental para a tela do cinema. Uma busca sensorial, uma inundação de imagens para trazer uma perda de sentidos, trazer múltiplos olhares para o espectador; em suma, outras interpretações do fazer cinematográfico.


Reinvenções (77’49’’)

DE 26 DE MAIO A 01 DE JUNHO

por Ingrid Tércia, Igor Lima Crespo e Isabella Costa 

O ser humano entende suas ações e reações a partir das formas como vivencia o mundo; sensibilidade e existência são indissociáveis. Os filmes que compõem a sessão “Reivenções” exploram a relação entre identidade, memória e autodescoberta.

Redescobrir-se é um processo constante de construção e desconstrução, aqui feito de várias maneiras: retornando à terra natal, refletindo sobre vínculos familiares ou ressignificando o passado. Esse processo não é simples – significa mergulhar em uma nova versão de si mesmo, na tentativa de encontrar a própria subjetividade. Existir em sociedade e se entender enquanto indivíduo requer um olhar sensível para si e para os outros.


In/ocupado (34’)

DE 2 A 8 DE JUNHO

por Julia Corral e Luca Salgado 

A sessão “in/ocupado” se caracteriza por uma agonia pela falta. Buscamos tratar a solitude angustiante e opressiva, seja por uma carência existencial, afetiva, ou mesmo social. Alguns filmes desta programação tratam do sentimento do vazio, do isolamento, do ócio, da inércia e da estagnação. Outros, de tempos pré-quarentena, fazem pensar na perda, na saudade, na ausência que se dá em relação ao outro. 

Trata-se de um estado ao qual, hoje especialmente, nos vemos sujeitos a todo momento; seja em relação à perda de nossas vidas, as vidas de quem amamos ou, ainda que não isso, da nossa lucidez. A temática do isolamento e do sentimento de perda dialoga perfeitamente com o momento atual, em tempos de pandemia pelo Covid-19 e a sensação de impotência, privação da liberdade e isolamento do indivíduo, que permeiam um momento no qual é vital pensar no outro e urgente priorizar o coletivo. 


Sob a pele (39’18”)

DE 9 A 15 DE JUNHO

Por Hanna da Hora, Lais Malek e Pietra Bayardino 

Corpo e sexualidade andam sempre de mãos dadas. Na sessão “Sob a pele”, vemos os personagens realizarem um mergulho interior a partir do contato da pele com estímulos externos.

Os planos em close de diversos corpos passam a ideia da potência do órgão como uma tela em branco, cheia de possibilidades. Ao contrapor os padrões estéticos de beleza, principalmente voltados para o corpo feminino, os sujeitos fazem seu próprio manifesto utilizando as mãos, as bocas, os braços, as pernas, os pelos, os seios e a vagina, órgão de pulsão e criação. Essas relações entre os corpos produzem a reflexão: onde acaba a sua pele e começa o corpo alheio?